quarta-feira, 29 de setembro de 2010


Sua carta contém nada além de traços ilegíveis
Quero te encontrar pra ouvir as palavras vindo de você

Não aceitarei o branco, apenas um suspiro ecoa
Se eu entender as cores do céu eu serei salvo
Também quero esquecer a respiração oscilante algum dia
Mas, apesar de desejar ter força, eu estou secando

"A manhã em que eu me afasto" quando você canta essa canção, espinhos me acompanham enquanto durmo
Restrição se entrelaça em torno do meu corpo
Até mesmo a mente parece dormir
A febre que tocou sua face era suave
Quando olho para as sombras do vazio borrado (eu vejo) as cores quentes de um sonho

Meus olhos refletem sua imagem
Mesmo que o dia em que eu irei perder você de vista irá chegar
Você estará sempre bem em frente aos meus olhos
Em dias em que a luz do sol brilha por entre as copas das árvores
Eu não estarei mais ao seu lado

O branco borrado estremece
E eu também esqueço suas palavras
Para onde as lágrimas estão rolando?
Você está chamando meu nome
Mesmo que eu esteja a ponto de quebrar você está me abraçando fortemente
Tenho medo de ir embora

Onde você está cantando sua canção pra mim?
Meus ouvidos não podem mais ouví-la mas é o eco de uma batida de coração oscilante
Até mesmo a mente parece dormir
É a febre remanescente que não me permite lembrar
Quando olho para as sombras do vazio borrado (eu vejo) as cores frias da realidade

Mil garças minúsculas, por causa do seu desejo elas não me deixam em paz
Sem retornar o seu sorriso, eu conto as lembranças com meu suspiro até o último momento (aparecer)
Eu ouço sua voz no amanhecer quando tudo será nada
"Nós dois não podemos nos tornar um só"

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